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Dezenas de jovens praticantes de futebol na palestra de Tó Zé Marreco e Nuno Piloto

Férias de Natal das Mentes Brilhantes trazem craques da bola a Miranda do Corvo

17 January 2017

A sala de conferências do Hotel Parque Serra da Lousã, no Parque Biológico, foi pequena para albergar dezenas de jovens praticantes de futebol, que ouviram e interagiram com dois craques da bola, Tó Zé Marreco e Nuno Piloto, da AAC/OAF, vulgo Académica ou Briosa, numa palestra eletrizante, dia 21 de dezembro, sob o tema “sou jogador e sou estudante".

Organizada pelo projeto “Mentes Brilhantes”, aqui representado pelo coordenador, Fernando Marques, por Hugo Vaz, psicólogo e atual treinador dos seniores do Mirandense, e Joana Serôdio, monitora, no âmbito das Férias de Natal Brilhante, a palestra não podia ter corrido da melhor maneira.

O objetivo desta palestra foi para as “Mentes Brilhantes”, o de proporcionar uma conversa entre os jogadores, que também são estudantes, Tó Zé Marreco de Psicologia e o Dr. Nuno Piloto, já Bioquímico, com as crianças do concelho de Miranda do Corvo, muitos delas também jogadores de futebol, porque “cada vez mais, é necessário reforçar a ideia de que mesmo sendo um jogador de topo, a escola não pode ficar para trás”.

Objetivo bem-sucedido, com Tó Zé Marreco cheio de convicção, a passar na mensagem um aviso à navegação para os jovens que, quase todos, sonham em ser craques da bola, e não só:

“É bastante interessante para os miúdos e esperamos que os mais velhos os consigam motivar, jogar e competir, mas que eles e os pais nem pensem em ser todos Ronaldos”, começou por dizer aos jovens do Mentes Brilhantes, outros alunos do Agrupamento, Meninos do LIJ, camadas jovens do Mirandense, Moinhos, Lousanense, Casa do Povo e Viveiro, ali presentes.

Hugo Vaz disse ao que vinham: “é para saberem o que eles pensavam quando tinham a vossa idade” e Tó Zé Marreco quis especificar que Hugo Vaz tinha sido o seu primeiro treinador enquanto “possível jogador”, antes de entrar no fulcro da questão.

“Quando tinha a vossa idade, sempre quis ser jogador de futebol, fiz disso a minha vida, mas os estudos não podem ficar para trás, e faço isso agora enquanto estudante de psicologia; o Nuno já concluiu o curso dele. Se querem ser jogadores de futebol façam por isso, joguem, brinquem e divirtam-se e não deixem de ter boas notas porque é conciliável com uma possível carreira de futebolistas”, disse o jogador mirandense.



Tó Zé Marreco: “Agora estou no melhor clube do mundo”



Após recordar ter começado em Miranda, a passagem por Penelense, Lousanense, e que passou por cinco clubes no estrangeiro, Tó Zé Marreco afirmou:

“Agora estou no melhor clube do mundo, onde me formei e vivi, espero que agora, com a reconversão do clube [Mirandense] eu talvez possa vir” (risos).

O agora Dr. Nuno Piloto (Bioquímico) revelou que começou a jogar futebol tarde:

“Só aos 12 anos é que comecei a jogar. O meu pai foi operado em Lisboa e assim comecei às escondidas, mas o plano era seguir os estudos. Do Tondela vim para a Académica e segui na Universidade com boa média e fui ficando. Se quiserem ser jogadores façam-no, mas não descurem os estudos”.

Seguiu-se uma prolongada e interessantíssima sessão de perguntas dos futuros craques, com respostas prontas dos seus ídolos. Destaque para as questões postas por Vasco Costa, secretário clínico da Fundação, que com um grupo de guineenses também com deficiência motora, graças à Académica vêem todos os jogos da Briosa em casa.

A quem perguntou se o mais importante era o individual ou o coletivo, Tó Zé foi pronto a responder que “um sem o outro não faz sentido”. E a quem criticou os treinadores da formação para os quais “o importante é ganhar a todo o custo”, revelou que para um profissional de futebol ganhar é importante, “mas não na vossa idade, criar amizades, jogar à bola com os irmãos, amigos, familiares, o treinador nunca vos pode dizer que é só para ganhar”.

Ambos os futebolistas estão também a tirar o curso profissional de treinadores. Jogos importantes? Nuno Piloto diz que “é sempre o próximo” e conta um episódio curioso:

“Quando subimos à 1ª Liga em Tondela, foi no último remate do jogo. Gostava de ter jogado a final da Taça em 2012”.

Quanto a quem eram os ídolos dos dois, Tó Zé Marreco disse logo ”Falcão no Mónaco, mas eu era entusiasta era do Mário Jardel no Porto”, enquanto o médio Nuno Piloto "delirava com Rui Costa, Laudrup e, claro, Zidane”. Falou-se dos treinos intensos, das lesões que afetam os futebolistas, do amor à camisola, do futebol enquanto indústria, mas sobretudo da importância fundamental de conciliar futebol e boas notas, não só porque nem todos são Ronaldos, mas as carreiras podem ser curtas, e nada como ter estudos para prosseguir uma outra carreira quando a do futebol acabar.

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