Na reunião do Instituto para a Economia Cívica nos Paços do Concelho
29 July 2016
Numa reunião, no dia 4 de julho, do Instituto para a Economia Cívica (IEC) nos Paços do Concelho, presidida por Maria do Carmo Marques Pinto, não apareceu qualquer representante do município mirandense.
A reunião foi marcada para o auditório municipal para facilitar a participação da autarquia uma vez que a Câmara Municipal tinha faltado a reuniões anteriores na Fundação e no CBE (centro biomassa para a energia).
Nesta reunião, aberta a população e que contou com mais de quarenta participantes, pretendeu-se ultimar e apresentar à comunidade o projeto “Família Pública”.
A ausência de representantes da Câmara é estranha para os membros do IEC, tanto mais que Miguel Baptista assinara a adesão do município ao projecto logo na sua constituição, numa reunião no Cinema da vila.
Estranho ainda mais porque no dia 5 houve um jantar de trabalho na capital, com participação de presidentes e vereadores das câmaras de Lousa, Penela, Gouveia, Fundão, Idanha e Vila Velha de Ródão para preparar a apresentação do dia 6, com presença da Senhora Ministra da Presidência e Reforma Administrativa e onde Miranda só esteve representada pela Fundação e Hotel Parque Serra da Lousã.
Na apresentação pública no dia 6 em Lisboa, no Museu do Oriente esteve presente a Senhora Ministra Maria Manuel Leitão Marques e os presidentes de todas as Câmaras Municipais envolvidas, à excepção da de Miranda do Corvo.
Nesta cerimónia Miranda esteve representada pela Fundação, Clube de Empresários, Comissão de Baldios de Vila Nova e do CBE.
O projecto de Miranda foi apresentado pelo Dr. Jaime Ramos uma vez que foi a ADFP que desafiou o IEC a vir trabalhar para Miranda não se ficando só por Lousa e Penela e mais outros 4 concelhos dos distritos da Guarda e Castelo Branco.
O projecto “Família Pública” “quer promover os deveres da fraternidade, que são fundamentais e se foram perdendo”, disse o presidente da Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, Jaime Ramos, na cerimónia de Lisboa, que contou com a presença da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Marques, a quem foram apresentados projectos de mais seis concelhos, Lousã, Gouveia, Vila Velha de Ródão, Idanha-a-Nova, Fundão e Penela.
“Nos últimos anos habituámo-nos muito a criar uma população exigente em termos de direitos, mas quase nunca assumimos os deveres da fraternidade, que são fundamentais. Preocuparmo-nos com os outros, com os vizinhos, em fazer uma comunidade melhor. Queremos esta caminhada para envolver mais as pessoas com os outros”, acrescentou Jaime Ramos, em declarações à Lusa.
Nesta reunião do IEC, juntamente com mais de 160 entidades públicas, privadas e da área da Economia Social, foram apresentados em Lisboa “projetos-bandeira” que pretendem lançar soluções inovadoras para problemas e desafios sociais, como os do desemprego, do despovoamento e da exclusão da terceira idade, com câmaras municipais e outras entidades locais a proporem combatê-los através de projetos de inovação social.
No total, sete concelhos - Lousã, Gouveia, Vila Velha de Ródão, Idanha-a-Nova, Fundão, Penela e Miranda do Corvo -, juntamente com mais de 160 entidades públicas, privadas e da área da Economia Social, apresentaram em Lisboa “projetos-bandeira” que desejam lançar soluções inovadoras para problemas e desafios sociais, refere a Lusa.
O “Saúde Inteligente e Preventiva”, da Câmara de Penela, pretende modificar comportamentos e melhorar a qualidade de vida da população:
“Passará fundamentalmente por um processo de inovação social: modificação de hábitos de vida, mais focados na alimentação saudável, no cuidado físico e, na parte mais tecnológica, desenvolver um conjunto de plataformas, serviços e produtos que ajudem à monitorização e acompanhamento para que essas pessoas possam melhorar os seus indicadores de saúde”, explicou à Lusa o presidente do município penelense, Luís Matias.
Além destes dois, serão desenvolvidos os projetos “Território Inclusivo” (Lousã), “TIC e Inovação Social" (Fundão), “Valorização do Capital Intergeracional" (Gouveia), “Plataforma Digital de Promoção e Comercialização da Economia Local" (Vila Velha de Ródão) e “Idanha Social Lab Valley” (Idanha-a-Nova).
Estes projetos “são o exemplo daquilo que se pode fazer de maneira diferente, não desprezando as soluções tradicionais, mas potenciando outros caminhos que poderão ser sustentáveis e poderão trazer novas respostas para problemas que vão desde o envelhecimento da população ao desemprego jovem, ao insucesso escolar, à reinserção social, à reconstrução do espírito de comunidade”, diria por sua vez Maria Manuel Marques, a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, que presidiu à cerimónia, pode ler-se no despacho da Lusa.
Maria Manuel Marques frisou, contudo, que estas iniciativas “não são vistas por este Governo como uma oportunidade para se desresponsabilizar da resolução dos problemas que afetam a sociedade”.
“Não é esse o seu objetivo, não será essa a nossa linha de atuação. Temos uma tradição de muitos séculos de descentralização de respostas aos problemas da sociedade e queremos reforçá-la. Contamos com o saber de entidades como as misericórdias, as fundações, as instituições particulares de solidariedade social, as coletividades e com as autarquias”, acrescentou.
A Lusa, refere também que “a governante aproveitou a ocasião para anunciar que as primeiras candidaturas para o programa Portugal Inovação Social abrem até ao dia 15 de julho e apelou aos parceiros sociais para aproveitarem os fundos comunitários de 150 milhões de euros disponíveis”.
Recorde-se que o IEC é uma plataforma que pretende promover uma nova economia de base local e de interesse geral, desenvolvendo projetos escolhidos pelas comunidades locais e que contribuam para resolver problemas, gerar riqueza e emprego nas mais diferentes áreas de ação de uma sociedade, entre as quais saúde, educação e desenvolvimento económico.