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Assumir as diferenças e ser-se feliz é a palavra de ordem

Noivos com deficiências queriam muito casar e a Fundação ADFP apoiou

14 July 2014

Hoje em dia um casamento só é notícia quando os noivos são famosos, mas o que aconteceu no dia de Stº. António, no Cartório Notarial de Miranda do Corvo, com o apoio da Fundação ADFP e da comunidade, foi simultaneamente igual e diferente dos outros.

Felismina Carvalho de 44 anos de idade, e Celestino Ferreira de 54, dois utentes da Fundação ADFP, namoravam já há alguns anos e eram muitas vezes vistos a passear na vila, de mãos dadas, carinhosos e apaixonados, indiferentes a eventuais comentários que as pessoas pudessem fazer e felizes por darem corpo às emoções e sentimentos.

Sem quaisquer tipo de complexos ou frustrações, mas com alegria e fé em construir uma vida feliz apesar das diferenças, os dois resolveram dar o nó no dia do santo casamenteiro.

Após o acto notarial que oficialmente os uniu, vestidos a rigor, ela de vestido comprido beige e dourado, com um bonito ramo de rosas de cor pérola na mão, e ele de fato e gravata, ambos com um rasgado sorriso, dirigiram-se para o Centro Social Comunitário. Na sede da Fundação, à entrada, amigos, colegas, funcionários e dirigentes que os acompanharam, acolheram-nos debaixo de uma chuva de pétalas de rosa e de arroz, que segundo a tradição chinesa simboliza a prosperidade e a felicidade.

As imagens deste casamento e dos seus protagonistas, os noivos, no acto solene notarial, no Centro Social Comunitário, num jardim, mostram bem que ser portador de deficiência ou doença mental não é impedimento para viver uma vida emocionalmente feliz, sentir o amor e o carinho partilhados, afinal ter afectos.

A boda nocturna teve como palco o refeitório da Fundação ADFP, com jantar a preceito oferecido pela instituiçãocom o contributo de alguns colaboradores e pessoas da comunidade nas sobremesas. 

Os recém-casados agradecem a todos os que colaboraram para que o seu sonho se tornasse realidade.

A instituição mirandense proporciona às pessoas, e sobretudo às que são portadoras de deficiência ou doença mental, cama, mesa e roupa lavada, mas para elas o trabalho é fundamental, não só como ocupação e integração social como em termos de dignidade e sentido de utlilidade à sociedade. Essa é a razão porque a Fundação Adfp aposta nas actividades ocupacionais produtivas, mas a dignidade de cada um só se adquire na sua plenitude com o direito à liberdade de amar e ser amado .

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