Integrada nas comemorações dos 26 anos de vida da Fundação ADFP de Miranda do Corvo, realizou-se a abertura solene do novo ano lectivo da Universidade Sénior, com um almoço-debate, dia 7 de Novembro.
O almoço decorreu no Restaurante Museu da Chanfana, na Quinta da Paiva, com a presença de Rosário Gama, presidente da APRE! (Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados).
O debate versou sobre a atual crise económica e a forma como os reformados são afectados.
Fundada em Coimbra em Outubro de 2012, a APRE! surgiu como meio de protesto e reivindicação, à margem de qualquer organização política e sindical, de forma a garantir os seus direitos consignados na Constituição. O movimento cívico nasceu para funcionar como “grupo de pressão” suprapartidário e à margem dos sindicatos que defenda os interesses de todos os reformados e pensionistas do país.
Só a petição pública apresentada na Assembleia da República no início da criação da associação compilou mais de 10 mil assinaturas, recolhidas no espaço de 10 dias.
A U.S. da Fundação ADFP é uma resposta socioeducativa, com o objectivo de dinamizar atividades sociais, culturais, educacionais e de convívio para pessoas com mais de 50 anos, com a missão de contribuir para o desenvolvimento contínuo da pessoa humana. O ensino é em regime não formal, sem fins de certificação e situa-se num contexto de formação ao longo da vida. Possui também um Grupo de Cantares e Cavaquinhos, que tem atuado por todo o país, e faz parte da Rútis (Rede das Universidades da Terceira Idade e Seniores), onde já venceu o concurso de cultura geral, e um Grupo de Teatro de Inserção Social.
A especificidade deste grupo é marcada pela inserção de utentes da resposta social da saúde mental e crianças do Lar de Infância e Juventude, residentes na instituição, como elementos participantes ativos nas peças teatrais.
Com a Revista à Portuguesa “Isto são coisas de velhos”, o Grupo apresentou-se na noite de 9 de Novembro, na Casa das Artes de Miranda do Corvo, em casa quase lotada, com sucesso e aprovação do numeroso público presente.
Intercalando danças, coreografias musicais, declamação de poemas e cenas teatrais, que falaram com humor da justiça, do envelhecimento, da saúde, com críticas aos altos preços das clínicas e caricaturas aos Centros de Saúde.
O palco acaba por ser uma forma de psicoterapia, abrangendo não só os doentes mentais como os alunos da US. Todos estes atores assumem diversos papéis, embora de forma amadora, muito próximo dos ditos normais existentes na sociedade.
O grupo envolve cerca de 30 elementos que trabalham como equipa, atores, encenador, coreógrafo, aderecista, maquilhadora, técnico de luz e som. Teve o seu início no ano de 2010 e já apresentou quatro peças de teatro de Revista e uma peça de teatro infantil pensada e apresentada paras as crianças da comunidade pré-escolar e escolar de Miranda do Corvo.
O público, esse, deu o seu tempo por bem empregue, divertindo-se e batendo palmas.