Programa envolve a comunidade educativa mirandense e estimula a interculturalidade
26 June 2018 | Social, Refugiados, Eventos
O Dia Mundial do Refugiado instituído em 2000 pela ONU e comemorado a 20 de Junho, foi assinalado pela Fundação ADFP de Miranda do Corvo, com um programa educativo e recreativo entre a comunidade mirandense e os utentes da Residência Paz.
Logo pela manhã decorreu uma ação no Centro Infantil, onde algumas das crianças sírias, e filhas de sírios mas nascidas em Portugal, se encontram.
O psicólogo Hugo Vaz começou por exibir um vídeo breve, uma animação sobre a condição do refugiado, os caminhos e mares que têm de atravessar, fugindo da guerra, atravessando o mediterrâneo com risco de vida. Depois instaurou-se um debate com as crianças:
O que é um refugiado? Uns referiram ser “uma pessoa que foge da guerra”, outro que “fugiam a pé”, um outro ainda “que fugiam nos barcos”.
A atividade lúdica intercultural envolveu ambas as comunidades, com pais e filhos.
Hugo Vaz explicou-lhes que “nós somos os que ajudamos as pessoas que saíram da guerra, a virem para cá, e ensinamos-lhe a falar português”.
Rita Lemos, a sua colega, adiantou que os refugiados fugiam pelo mar, à noite, dormindo em sacos cama, e perguntou se lavavam os dentes no mar? Ou ainda como vão à escola? “A pé”, disseram algumas crianças, E como fugiram? “a nado”, ou “a pé”, mas também “de barco”.
A partir das 14H, no Centro Educativo de Miranda do Corvo, onde estudam algumas destas crianças, realizou-se uma ação de sensibilização através do jogo pedagógico “Refugiados”, com a colaboração do Instituto de Apoio à Criança. Esta atividade teve por objetivo sensibilizar as crianças, colocando-as no lugar do outro, para dessa forma terem uma visão diferente para a questão dos Refugiados.
O principal objetivo é, através dos currículos, fazer com que as escolas que acolhem crianças migrantes promovam o diálogo intercultural.
A tarde finalizou com atividades desportivas e um lanche intercultural, com o contributo da comunidade de refugiados e que se realizou num jardim da Fundação ADFP.
Recordamos que, a Fundação ADFP foi pioneira, com um projeto de acolhimento de refugiados fora das grandes cidades e em meio rural, bastante referenciado em Portugal e no estrangeiro, e que decorreu em Penela.
O Centro de Instalação de Refugiados “Paz” surgiu em 2014 no âmbito do Compromisso entre o Estado Português e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), com o objetivo de reinstalar refugiados que se encontravam no Egipto, garantindo, nos termos da Constituição e da Lei, o direito de Proteção Internacional.
O primeiro polo em Penela foi pioneiro, pelo facto de instalar refugiados fora dos grandes centros urbanos. Fomos a primeira instituição, fora de Lisboa, a instalar refugiados, tal como o Centro Português para os Refugiados e os Jesuítas faziam na capital, mostrando que uma instituição da província pode estar atenta e na primeira linha perante os problemas do Mundo.
Depois de Penela criou-se o polo de Miranda. Em 2016 apoiámos 42 pessoas, incluindo crianças, em Penela e Miranda, vindos da Síria, Sudão e Iémen. Nesta comunidade já nasceram três bebés, portugueses, filhos de famílias sírias. Durante 2017 foram acolhidas 7 famílias (6 da Síria e uma do Sudão) no âmbito do programa de reinstalação, oriundas do Egipto, num total de 29 pessoas. Já em 2018 recebemos 11 Eritreus vindos de Itália.
Apoiamos atualmente 59 pessoas, muçulmanos e cristãos, em processo de integração.
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