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Octávio Oliveira promete Gabinetes de Inserção Profissional para deficientes até Junho

Secretário de Estado do Emprego aceitou sugestão pioneira de Jaime Ramos

13 March 2014

O Secretário de Estado do Emprego, Octávio Oliveira, não só aceitou a sugestão pioneira do presidente do Conselho de Administração da Fundação ADFP de Miranda do Corvo, para a criação de Gabinetes de Inserção Profissional para pessoas com deficiências e doença mental, inexistentes no país, prometendo a sua concretização já no primeiro semestre do ano, após uma visita à instituição mirandense, dia 7 de Março.

Esta foi só uma das várias "cunhas" que Jaime Ramos meteu, sendo as outras a criação de bolsas de formação para pessoas "especiais" com desvantagens, portadores de deficiência ou doença mental. Outro pedido foi o alargamento de 26 para 32 postos de trabalho na Fundação no âmbito do programa Enclave, de emprego protegido destinado a vítimas de exclusão laboral devido a handicaps. Por último Jaime Ramos sensibilizou o membro do governo para  a resolução do problema do Ramal da Lousã, metro Mondego. 

A abertura de Octávio Oliveira a estas "cunhas que não são cunhas mas exigências de quem pensa, sonha e realiza", feitas por Jaime Ramos em nome "dos que não têm voz", foi total, exceção feita a questão das bolsas de formação "dada a sua complexidade" cuja resolução exige estudos para evitar excessos . 

Visitante e anfitrião falaram após um concorrido almoço no Restaurante Museu da Chanfana, que contou com a presença de autarcas, dirigentes, coordenadores e funcionários da Fundação, alguns deles com deficiência e em cargos de responsabilidade. Mas também de Fernanda Dias, diretora do Centro de Emprego do Pinhal Interior Norte, de Pedro Amaro, delegado regional do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), do Padre Armando, convidado para a mesa de honra, bem como Fátima Ramos ou Carlos Ferreira, do Conselho de Estratégia da instituição, ou ainda João Mourato, presidente da Assembleia Municipal e Fernando Araújo, presidente da Junta de Freguesia.

Depois da visita às valências da Fundação ADFP - onde foi recebido com uma atuação do Coro da Universidade Sénior -, ao Museu Vivo de Artes e Ofícios Tradicionais, à Quinta Pedagógica, às obras da Queijaria e Fumeiro e Zona de Vida Selvagem do Parque Biológico da Serra da Lousã, Octávio Oliveira afirmou:

"Saio daqui mais rico, numa visita que foi de aprendizagem e ensinamentos, desta instituição solidária de muita qualidade e muita inovação". Octávio Oliveira salientou que e técnico do IEFP desde a década oitenta, que conhece e visitou múltiplas organizações, mas nunca tinha estado numa tão inclusiva. Salientou mesmo que independentemente da sua experiência na área do emprego que nesta visita tinha aprendido e ficado surpreendido com soluções inovadoras.

Seja Octávio Oliveira seja Jaime Ramos falaram da crise nacional, dos sacrifícios dos portugueses, do desemprego e desemprego jovem ou de longa duração, mas também de solidariedade e integração social e da relevância do papel do Centro de Emprego e do IEFP.

Jaime Ramos fez questão de sublinhar que a Fundação ADFP "não recebe dinheiros do Estado a fundo perdido, mas colabora com ele - que nalguns casos nos paga pelos serviços que prestamos - como acontece em igualdade de circunstâncias com outras instituições". Mas o presidente do Conselho de Administração da Fundação fez questão de diferenciar o investimento das instituições de solidariedade social do de instituições bancárias ou outras do sector lucrativo que depois distribuem lucros pelos seus acionistas:

"A nossa relação com o Estado é de parceria, quando temos saldo reinvestimos na criação de emprego, e a riqueza criada é inclusiva e distribuída por muita gente. A procura de maior produtividade leva a não haver trabalho para as pessoas mas para máquinas e robots devido ao avanço tecnológico. A melhor situação para criar emprego assenta no investimento nos serviços do estado social", concluiu.

Aposta em talentos e participação das pessoas por entre discursos elogiosos

Ainda antes de falar e dar a palavra a várias entidades, Jaime Ramos convidou Andreia Antunes, do Gabinete de Formação Profissional, que fez uma breve intervenção bem documentada com números concretos, relativos a 2013 por exemplo, os 70 contratos de trabalho criados na área social, 17 dos quais na área da doença mental ou os 40% de trabalhadores da instituição com deficiências e incapacidades:

"Nós apostamos nos talentos, mas não é só dar apoio às pessoas, elas próprias participam nas decisões no dia-a-dia da instituição", afirmou.

E apontou duas prioridades da Fundação para 2014: a criação do GIP (Gabinete de Inserção Profissional) para pessoas com deficiência e o alargamento do Enclave (emprego protegido) que permita a criação de mais seis postos de trabalho.

Depois, Jaime Ramos convidou para intervir, o vereador Sérgio Seco, "como representante da Câmara Municipal".

"Em Miranda do Corvo não importa se estamos de um lado ou do outro, o que preciso é receber bem quem nos quer e nos visita", disse.

Após elogiar o trabalho de referência da Fundação ADFP a nível nacional e até internacional, Sérgio Seco abordou o problema do Ramal da Lousã:

"Se isso não for solucionado, Miranda do Corvo pode morrer", concluiu.

João Mourato, presidente da Assembleia Municipal, que fez questão de lembrar que estava ali a representar-se a si próprio e um órgão independente da Câmara Municipal, tomou a palavra para dissipar qualquer tipo de desentendimentos:

"A Câmara Municipal tem sido solução e vai continuar a ser, não nos podemos dividir por questões que não valem nada. Falta uma coesão que acho necessária".

O presidente da Assembleia Municipal convidou ainda Jaime Ramos, que de pronto aceitou, como seu convidado para intervir na próxima assembleia municipais para expor as suas ideias sobre a questão Metro Mondego.

No fim Ricardo Pocinho, presidente da UGT Coimbra, enalteceu o trabalho de cooperação com a Fundação ADFP.

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