Há Ursos na Serra da Lousã
17 October 2011
O urso pardo é um mamífero de porte considerável que pode pesar mais de 600 kg. Trata-se de um animal omnívoro que se alimenta essencialmente ao amanhecer e ao anoitecer. Apesar do enorme tamanho, os ursos pardos são extremamente rápidos, podendo atingir velocidades de 48km/h.
No Verão, eles ganham peso que corresponde a gordura que é depois utilizada no Inverno quando entram em letargia. Durante este período, que pode durar até 6 meses, procuram locais para se protegerem, nomeadamente, grutas, fendas ou troncos ocos.
São animais solitários sendo, no entanto, capazes de conviver pacificamente quando há abundância de alimento, formando hierarquias sociais baseadas na idade e no tamanho.
A época de acasalamento vai desde final de Maio até início de Julho. Entre Janeiro e Março nascem entre 1 a 4 crias que são cegas, não têm dentes nem pêlos.
O urso pardo habita as florestas e montanhas do norte da América do Norte, Europa e Ásia. Esta espécie pode viver cerca de 35 anos.
Pensa-se que os ursos pardos ter-se-ão extinguido em Portugal entre os séculos XVII e XIX embora ainda tenham sido avistado no século XX.
Em 2005 foram encontradas pegadas de urso pardo em Espanha, a 20 km de Portugal pelo que se acredita na possibilidade do urso pardo entrar em Portugal uma vez que pode percorrer, num dia só, mais de 20 km. Há quem tenha referido ter encostado vestígios de urso pardo na Serra de Montesinho na década de 1980 admitindo-se que fossem visitas de ursos pardos ainda existentes em Espanha.
Apesar do urso pardo não ser ameaçado como espécie, várias subespécies são. Assim, o PBSL pretende mostrar este animal como elemento importante da fauna ibérica nativa e sensibilizar o público para a sua protecção, bem como de todas as espécies animais em risco de extinção, de forma a restabelecer o equilíbrio da natureza.
O PBSL construiu as instalações para estes animais pois, três ursos foram apreendidos pelo estado português e necessitavam de um novo espaço para viver. Esses ursos encontravam-se em 2010 em Marco de Canaveses, numas jaulas sem condições de habitabilidade.
O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), entidade responsável por providenciar um destino satisfatório para os animais, solicitou o apoio do PBSL para se encontrar uma solução digna para os ursos.
Esta solicitação do ICNB deveu-se ao facto da nossa entidade em Portugal ter mostrado disponibilidade para ajudar o Estado português a encontrar uma solução.
De imediato o Parque Biológico da Serra da Lousã se disponibilizou para criar uma solução definitiva para os ursos, que pusesse cobro ás péssimas condições em que viviam. Era fundamental para a imagem do Estado português encontrar uma solução com qualidade de vida para os animais.
Perante a garantia da Fundação ADFP de solucionar a situação, o ICNB encaminhou provisoriamente os ursos para o Jardim Zoológico de Lisboa, enquanto as instalações no PBSL não estivessem concluídas. O Jardim Zoológico veio a mudar de ideias e decidiu apropriar-se dos ursos.
A Fundação ADFP ficou contente por ter sido decisiva na criação de uma solução digna para os ursos pardos, que pertenciam a um circo.
Como o Parque Biológico ficou com instalações livres o ICNB encaminhou para a Serra da Lousã um casal de ursos vindo de Espanha, país que procurava uma entidade que os adoptasse.
A vida selvagem de Portugal
O PBSL pretende ser o local em Portugal com a melhor colecção representativo da vida selvagem em Portugal. Aberto há dois anos já ultrapassou os 50 mil visitantes.
Quem quiser conhecer a vida animal do nosso território terá de vir obrigatoriamente visitar o Parque da Serra da Lousã.
No parque conhecerão para alem dos ursos, raposas, lontras, texugos, doninhas, furões, muflões, gamos, veados, ginetas, sacarrabos, no que respeita a mamíferos e nas aves desde patos a águias, milhafres, gralhas e corvos, mochos, corujas, perdizes, rolas e muitos animais das raças tradicionais da agro pastorícia portuguesa desde porcos bisaros e pretos a múltiplas vacas desde a anã, cachena, á mirandesa. O PBSL tem também um centro hípico tendo pertencido a um seu cavaleiro a honra de pela primeira vez ter conseguido que Portugal estivesse presente nos jogos Paralímpicos, em Atenas, em equitação adaptada.
O Parque está situado em Miranda, nas margens do Rio Dueça numa paisagem de rara beleza. O Parque possui ainda o primeiro labirinto no mundo feito de árvores de fruta.
1º Premio Nacional de Empreendedorismo Humano/ Parque para toda a família
A Fundação ADFP pretende com o PBSL promover a biofilía e o amor pela natureza. É um projecto que pretende criar emprego e postos de trabalho para pessoas com deficiência ou doença mental. Neste Parque Biológico os trabalhadores são quase na totalidade pessoas vítimas de exclusão.
A Quinta da Paiva, onde está localizado o PBSL é uma iniciativa conjunta da Fundação ADFP com a Câmara Municipal de Miranda do Corvo e obteve o primeiro prémio nacional na categoria de empreendedorismo social, atribuído pelo anterior governo.
Junto ao PBSL funciona o restaurante Museu da Chanfana, restaurante de qualidade incluído no guia Boa Cama Boa Mesa, e varias oficinas de artes e ofícios tradicionais, com artesãos deficientes, desde a olaria, o vidro a cestaria, trabalhos de vime, tapeçaria e arranjos de calçado.
Cem mil bilhetes
Na Quinta da Paiva, em Miranda, há um bom parque de lazer destinado a toda a família, com piscinas ao ar livre, zona de merendas e campos de jogos.
A Quinta da Paiva é um atractivo pólo turístico que já conta com cerca de cem mil bilhetes vendidos no acesso á área da piscina ao ar livre e no Parque Biológico da Serra da Lousã.
O PBSL pretende, através do contacto com a Natureza, estimular o desenvolvimento pessoal e social de pessoas vítimas de exclusão, deficientes e doentes mentais. Os visitantes ao comprar o bilhete de entrada no Parque ajudam não só na preservação da fauna e flora portuguesas como apoiam também a criação de emprego para pessoas com necessidades especiais.