Parque Biológico da Serra da Lousã
22 February 2012
A fêmea “Berta”, do casal de ursos pardos, deu à luz três pequenas crias, a 12 de Janeiro, que vão atrair as atenções de miúdos e graúdos que visitem o Parque Biológico da Serra da Lousã, em Miranda do Corvo.
Os três ursinhos pesam cerca de 300 a 400 gramas cada, são cegos e não têm dentes, como é normal a quando do nascimento, e serão amamentados pela mãe até aos seis meses de idade. Depois, a mãe ensina-lhes a procurar alimento e protege-os até aos dois anos de idade.
Embora a cópula ocorra entre Maio e Julho, o embrião só inicia o seu desenvolvimento em Novembro, se as condições forem favoráveis, e a gestação varia entre os 180 e os 240 dias.
O facto de a gestação ter vingado, reforça as boas condições de bem-estar em que estes vivem, a boa alimentação a que estão sujeitos e o bom ambiente que, mesmo em cativeiro, o Parque Biológico da Serra da Lousã lhes proporciona.
Nos próximos meses é possível que nem todos estes três bebés venham a sobreviver uma vez que há uma elevada taxa possível de mortalidade.
Apesar de serem omnívoros e comerem uma grande variedade de alimentos, que vão da carne até ao peixe e às frutas, os ursos pardos têm um gosto especial por mel que, no caso da Península Ibérica, quase os levou à extinção. Para chegarem ao doce néctar, os ursos danificavam e destruíam colmeias e muretes de pedra que as protegiam, levando os apicultores a uma perseguição implacável que os eliminava sem dó nem piedade.
Pensa-se que os ursos pardos ter-se-ão extinguido em Portugal entre os séculos XVII e XIX embora ainda tenham sido avistado no século XX. Em 2005 foram encontradas pegadas de urso pardo em Espanha, a 20 km de Portugal, pelo que se acredita na possibilidade do urso pardo entrar em Portugal, uma vez que pode percorrer dezenas de quilómetros, num dia só. Há quem tenha referido ter encostado vestígios de urso pardo na Serra de Montesinho na década de 1980 admitindo-se que fossem visitas de ursos pardos ainda existentes em Espanha.
Actualmente já só podem ser encontrado nas montanhas da Cantábria (Norte de Espanha), onde se pensa viverem em liberdade pouco mais de 80 animais. Neste estado de quase extinção, é indispensável uma especial atenção por parte das autoridades centrais e locais espanholas, no sentido de se protegerem estes últimos grandes mamíferos peninsulares, que podem chegar aos 600 quilogramas de peso.
Apesar do urso pardo não ser ameaçado como espécie, várias subespécies são-no. Assim, o Parque Biológico pretende mostrar este animal como elemento importante da fauna ibérica nativa e sensibilizar o público para a sua proteção, bem como de todas as espécies animais em risco de extinção, de forma a restabelecer o equilíbrio da natureza.
A Fundação ADFP pretende com o Parque Biológico da Serra da Lousã promover a biofilía e o amor pela natureza. Trata-se de um negócio de turismo social e ambiental, que pretende criar emprego e postos de trabalho para pessoas com deficiência ou doença mental. Neste Parque Biológico a larga maioria dos trabalhadores são pessoas vítimas de exclusão laboral.
Se tem disponibilidade para ajudar a Fundação ADFP a prosseguir esta árdua mas gratificante tarefa de ajuda ao próximo, e não pode deslocar-se directamente à nossa sede, deposite o seu donativo numa das seguintes contas bancárias: