No Centro Infantil de Miranda do Corvo, e no Centro Intergeracional do Mondego em Coimbra - Matemática para as crianças já não é tratada como bicho-papão
08 November 2017 | Educação e Formação
Rosa Henriqueta, professora de matemática para as crianças do Centro Infantil de Miranda do Corvo, e do Centro Intergeracional do Mondego, em Coimbra, já iniciou as aulas com 28 alunos do primeiro centro e 13 no segundo, fazendo com que a disciplina já não seja encarada como um bicho-papão.
Desde logo, ressalta o gosto que estas crianças têm em participar nas sessões, em conhecer conceitos novos, trabalhados de maneira divertida e informal, mas sem desprezar o rigor matemático na resolução dos problemas. Mais importante do que saber “de cor” alguns desses conceitos e operações matemáticas, que, não raras vezes, constituem o principal foco da atenção de pais/educadores (“o meu filho já conta até 10”, Quanto são dois mais dois?”, etc...), é a criação de uma estrutura cognitiva sólida, que leve os educandos à adequada compreensão desses elementos. Para isso, a tónica não deve ser posta numa comunicação meramente informativa, mas numa lógica reflexiva que apele ao desenvolvimento de pressupostos basilares.
“É voz comum, todos o reconhecerão – afirma Rosa Henriqueta - que muitos dos problemas relacionados com o ensino da matemática têm a ver com a falta dessa infraestrutura. Já todos ouvimos a pais, alunos e professores o “faltam bases”. É uma realidade constante! A causa? Decerto haverá muitas e, em consequência, muitas são as respostas dadas. A minha é uma resposta simples: não se pode construir um edifício assente em “pés de barro”, nem se pode construir um andar sem que o outro esteja sólido. Mais, o edifício da Matemática é multidisciplinar, terá sempre “andaimes” a partir dos quais tem que ser trabalhado em relação com outros saberes e a realidade. Um exemplo: “2+2=4”: simples, não é? E “373735-373731=4”? Será igualmente simples? O mero “2+2=4”, na sua aparente simplicidade, não deixa de pressupor um conjunto de bases – tais como, “quantidade”, “reconhecimento numérico”, “significação numérica”, “operações numéricas” – que muitas vezes é esquecido em detrimento da resposta memorizada e não compreendida. Só com o adequado desenvolvimento das devidas competências, se alcançarão resultados. Ensinar a uma criança uma simples operação de adição, antes de lhe fornecermos os instrumentos compreensivos, só lhe trará confusão, deceção e um sentimento de frustração, que não é fácil de apagar”.
“O trabalho que tem sido feito – continua - centra-se essencialmente na construção de alicerces matemáticos através de jogos, desafios, práticas e atividades interativas. Aqui, a tabuada não é para saber de cor, mas “de cuore”. A matemática não é informativa, mas reflexiva e compreensiva. Os números não são para aprender, mas para apreender e para brincar.
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