Carlos Baptista - atleta paralímpico de equitação adaptada em Atenas 2004, e 26 anos de equitação e trabalho na Fundação ADFP

13 April 2023 | Social, Turismo com Propósito Social, Serviços, Educação e Formação, Visitas, Empregabilidade, Atividade Agroflorestal, Fundação ADFP, Ambiente

Terminou ontem, 12 de abril, a ligação de Carlos Baptista Pereira com a Fundação ADFP, ao fim de 26 anos.
Carlos Baptista, trabalhador da área de Equitação do Parque Biológico da Serra da Lousã,iniciou a sua ligação à instituição como formando, em janeiro de 1997 tendo depois sido integrado em tarefas compatíveis com a sua deficiência motora.

Vitima de um acidente de viação em 1991, sofre de paralisia no braço direito, e foi no Centro Hípico da Quinta da Paiva, na época, que encontrou a sua paixão por animais, especialmente por cavalos, passando a cuidar destes diariamente, até que o já falecido Engº Pedro Faria, o primeiro Diretor do Parque Biológico da Serra da Lousã, o convidou para a prática desportiva da equitação, tendo iniciado a sua estreia numa prova em na Moita da Serra, decorria o ano de 2000.

Daí até à sua participação em grandes provas a nível nacional e internacional, foi “um pequeno salto”.
Em 2002 foi um dos participantes do Campeonato da Europa de Equitação Adaptada, que teve lugar em Anadia, tendo competido também na Bélgica.

Um dos marcos importantes da sua carreira, foi a participação na prova de equitação como um cavaleiro, nos Jogos Paralímpicos que decorreram em Atenas, em 2004, tendo como treinador o eng Pedro Faria. Foi a primeira vez que Portugal esteve presente nuns jogos paralíticos na modalidade de equitação adaptada Pedro Faria, Carlos Baptista , o Centro Hípico e a Fundação ADFP que abriram pela primeira vez as portas da Equitação adaptada a Portugal .

Quatro mil atletas representaram neste evento um número recorde de 142 países participantes. Portugal, que assinalou em Atenas a sua 20ª participação em Jogos Paralímpicos, marcou presença com 41 atletas (11 dos quais foram estreantes), que concorreram em seis diferentes modalidades, num total de 56 provas, de onde resultaram a conquista de 2 medalhas de ouro, 5 medalhas de prata, e 5 medalhas de bronze.

Para participar nos Jogos Paralímpicos, o Centro Hípico, a Fundação ADFP e Carlos Baptista, contaram com um patrocinador de Lisboa, com o apoio da Câmara municipal de Miranda do Corvo, tendo-se realizado ainda um jantar de cariz social, com uma comissão organizadora liderada por Joaquim Coragem, com o objetivo de angariar fundos para a sua deslocação à capital grega.

Mais do que representar o Centro Hípico e a Fundação ADFP, Carlos Baptista , representou uma nação naquele que é considerado o maior evento desportivo do mundo, e "nos maiores jogos de sempre", naquela época.
Antes desta importante competição, o cavaleiro participara também ainda em três grandes provas de preparação em Lisboa, Madrid e Amesterdão.

Foram milhares as crianças, jovens, e adultos, que passaram por si durante estes anos como monitor da área de Equitação do Parque Biológico da Serra da Lousã.

Desde as pequenas voltas ou experiências a cavalo, aos batismos de iniciação à equitação, aulas de equitação, entre outras.

Alguns dos seus alunos seguiram posteriormente as formações e carreiras na área do Hipismo e Equitação.
A Fundação ADFP endereça-lhe um enorme agradecimento por estes 26 anos de entrega e dedicação, desejando-lhe o melhor para a sua vida. »