Carlos Ferreira e Graça Fachada apresentaram último romance de Nuno Filipe
10 December 2015
Familiares e amigos de longa data do autor, juntaram-se na sala de conferências do Hotel Parque, para o lançamento do último romance de Nuno Filipe, “Um cravo para Paolla”, que Graça Fachada e Carlos Ferreira apresentaram, a convite do Presidente da Câmara, Miguel Baptista, e do Presidente da Fundação ADFP, Jaime Ramos, em clima intimista, dia 4 de dezembro, na presença da diretora do Hotel, Fátima Ramos.
Graça Fachada, professora, apresentou o percurso de Nuno Filipe, natural do Fraldeu (concelho de Miranda do Corvo), onde cedo iniciou a atividade política, com um longo currículo, do qual destacou a sua candidatura à Presidência da Câmara Municipal mirandense (1982), os seus escritos em jornais, revistas, e participação em debates, a sua licenciatura em História Económica Social. Mais ainda, foi gestor de empresas, bem como Presidente do Conselho Diretivo da Segurança Social do Centro, passando por ter sido deputado socialista na VI Legislatura (1994/1995), candidato à Câmara de Miranda (1993), vereador da Câmara Municipal de Penela (1979).
A apresentadora sublinhou o facto de o autor ter tido “uma infância semelhante à maioria das crianças que cresceram numa aldeia, da doença que o atacou - “há males que vêm por bem” - e que fez com que passasse mais tempo em casa, “onde estudou sempre, leu sempre, o que lhe criou o lastro para mais tarde escrever, estudar e trabalhar ao mesmo tempo, com perseverança, mente aberta sempre a aprender”, e que “transmite uma ideia de bondade ao primeiro contacto”.
Carlos Ferreira começou por dizer que gostou do livro, “lê-se muito bem, é agradável, fácil de entender”, e cuja ação decorre entre o 25 de Abril e o 25 de Novembro, com o principal protagonista, “um comunista que viveu com desilusão o 25 de Novembro e o depois, com o enquadramento histórico e social de uma época”.
O apresentador definiu essas época, falando dos anos 60 nos Estados Unidos, dos anos 70 na Europa, da guerra do Vietname, do movimento hippie, “male love not war”, dos Beatles, dos Stones e Pink Floyd, do Maio de 68 em França que levou a eleições antecipadas, do eurocomunismo que se mostra em Itália, do festival de Woodstock em 1969, “que marca esta geração na esperança de mudar o mundo”, do início da guerra em África em 1961, da crise estudantil com a intervenção de Alberto Martins e a queda do Ministro da Educação (1972), do Festival de Vilar de Mouros (1971).
“Em Miranda – prosseguiu – vingaram novas ideias, e com a reforma agrária nasceu a Cooperativa Agrícola do Fraldeu, e dessas histórias o livro conta, são histórias de utopia, visão romântica da história dessa época, em que o protagonista fala no deslumbre entre o mundo rural e o mundo urbano onde ele está como peixe na água, mantendo sempre o coração no Fraldeu”.
Carlos Ferreira falou de um romance “em quatro partes distintas, em clima emocional, com 380 páginas”.
Nuno Filipe agradeceu a apresentação do seu “Um cravo para Paolla” e quis realçar “a fraternidade entre a Câmara Municipal, com o Miguel, e a Fundação ADFP “a grandeza da obra cujo mentor é Jaime Ramos, el comandante, que tem uma dimensão nacional, e onde residem 400 pessoas”.
“Quero aqui prestar homenagem a dois grandes amigos, o Miguel Baptista faz a sua própria obra, ainda apanhou coisas difíceis, foi capaz de se educar e aos 3 irmãos, não é uma obra qualquer, é de solidariedade e economia social e não capitalista, que promove a dignidade”, afirmou o autor.
Jaime Ramos também aproveitou para falar das relações entre a vila e o Fraldeu, que definiu como “muito bonito”, enquanto Nuno Filipe, conterrâneo de Miguel Baptista, disse que “tem condições para ser mais desenvolvido”.
Miguel Baptista agradeceu a todos os presentes, nomeadamente ao autor, aos apresentadores e também à Fundação, na pessoa de Jaime Ramos, mostrando-se muito satisfeito por mais uma obra do seu conterrâneo, eles que cresceram desde a infância no Fraldeu terra natal.
Quanto ao romance, Nuno Filipe acrescentou que “exigiu esforço e algum trabalho, mas foi com muito gosto que o escrevi”. O autor disse ainda que o livro começou a ser escrito em 2011, “mas achei que deveria deixar passar mais uns tempos para retomar a tarefa, pelo que o grande impulso foi em 2013. Claro que fui ouvindo os elementos mais próximos de mim: o meu filho João Filipe e a minha mulher Maria Adelaide. Ambos me deram sugestões muito importantes.”
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